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1 de out. de 2009

Nos tempos de Escola (Parte 1)

No meu primeiro ano na escola, todas as minhas coleguinhas de aula resolveram se apaixonar pelo Alan. Ele era loirinho, tímido e já sabia escrever antes de todos. Ele sentava bem na frente, à direita da sala. A meninada que era afim do galã se sentava no lado oposto. Eu era uma delas.

Alan costumava mandar bilhetinhos apaixonados para várias meninas, mas eu não estava inclusa nesta lista. Ele mandava mais para uma especial. Esta se chamava Letícia. Havia ainda a Roberta que ia acompanhada da irmã mais velha porque tinha medo de ficar sozinha na escola. Como ainda não sabíamos ler, quando os bilhetinhos chegavam, eram automaticamente largados nas mãos da menina mais velha afim de que ela traduzisse, enquanto esperávamos ansiosas pra descobrir o que dizia.

Apesar disso, as meninas logo após descobrirem o que dizia no bilhete, rasgavam-no na frente dele, esnobando o garoto. Letícia era quem o fazia com mais gosto, empinando o nariz enquanto largava os pedacinhos de papel na lixeira que ficava bem na frente do Alan. Eu, aos 6 anos, não entendia porque elas tinham essa reação. Ele nunca mandava nada para mim, mas eu tinha certeza de que se mandasse, eu responderia e guardaria o bilhete "para sempre", ou ao menos até o próximo Alan aparecer.

Um belo dia o finalmente recadinho foi endereçado a mim. Bem, não exatamente. Foi enviado para mim e para a Letícia. Isso mesmo: para as duas ao mesmo tempo. Mas esse detalhe não abalava em nada a minha felicidade diante do bilhete.

- Pra mim? Tem certeza que pra mim também!?

Eu nem ao menos podia acreditar na minha sorte! Sufocada pela ansiedade olhei para irmã da Roberta, que já tinha o bilhete nas mãos, pronta para ler. Mas para minha surpresa e completa decepção, Letícia resolveu dessa vez rasgar o recadinho sem ler.

Tentei impedir mas já era tarde demais, a mocreínha em miniatura, de cabelos compridos e nariz empinado, já havia despedaçado a mensagem em mil pedaços. Eu precisava saber o que dizia, mas a nossa tradutora não conseguira nem sequer um vislumbre do que dizia no papel. Óbviamente perguntar para o remetente não era uma opção. Somente as palavras de indignação foram minhas únicas companheiras naquele momento.

Não é engraçado que até hoje, mais de vinte anos depois, eu ainda lembre da história e ainda seja um pouco curiosa sobre o que dizia naquele bilhete?

4 comentários:

  1. OMG, eu quero saber o que tinha naquele bilhete!!!!

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  2. Lilly_monkey23:35

    Ce me deixou supercuriosa agora. ¬¬

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  3. Anônimo00:24

    Aw, isso é tão triste... tb quero saber o que tava escrito no bilhetinho do Alan.
    Aninha

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  4. Queridas, eu não sei o que estava escrito. Não tenho como saber a little bitch rasgou o bilhete.

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