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2 de out. de 2009

Nos tempos de Escola (Parte 5)

Como já disse, a razão de eu ser odiada durante o ensino fundamental ainda não são bem claras para mim. Mas se eu tivesse que arriscar um palpite, eu diria que era porque eu falava o que sentia, o que pensava e o que dava na telha. E naquela época, nenhuma dessas coisas era geralmente interessante ou amigável. Sendo assim, a proposta de um jogo da verdade na 7ª série não me causava o menor temor.

Era um sábado e somente alguns alunos estavam em aula. Lembro de estar conversando com a Viviane e ter surgido o assunto sobre o Gil. Aparentemente ela estava ficando com ele. Ela comentava como ele era bonito e eu respondi indiferente que não concordava nem um pouco.

Mais tarde, a professora propôs um jogo da verdade e explicou as regras do jogo, que eu levei muitio a sério, principalmente a parte sobre ser proibido mentir.

Em determinado momento, a pergunta direcionada para mim foi justamente a que tinha me sido feita meia hora atrás no pátio: Tu acha o Gil bonito?

Minha resposta foi um sonoro "não" que caiu como uma bomba dentre o pequeno grupo.

A professora ainda tentou remendar a situação e fazer eu tomar consciência de alguma forma, dando um pequeno discurso sobre como as pessoas tem tipos diferentes de beleza etc, mas eu continuei firme na minha resposta.

De verdade, naquele momento eu percebi que eu não sabia se ele era bonito ou não. Eu nunca tinha parado para observar. Eu o via da mesma maneira que via a grande maioria das pessoas, com indiferença. Eles eram invisível. Como se eu nunca tivesse notado a presença delas ali. Eu notava a presença dele pela primeira vez. Mas como eu poderia mudar a minha resposta com a Viviane presente se ela já ouvira a minha opinião anteriormente? E sendo assim, eu simplesmente me mantive no não.

Obviamente eu me arrependi ao ver a expressão dele ao receber a resposta. Eu era um monstro, mas hoje em dia eu provavelmente sou upior.

Ainda espero sinceramente bater com ele por ai, perceber que de verdade ele era meu tipo e de quebra levar um bom e merecido fora dele pra aprender o que é bom.

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