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28 de set. de 2014

Lugares Abandonados

source: abandonedography.com
Há algo de controverso em lugares abandonados, eles tem esse poder de nos despertar medo, assombro, repúdio, ao mesmo tempo que nos atrai e nos apaixona.

Nos perguntamos porque e como chegou ao ponto de abandono. Por que ninguém mais quis aquele sofá? Por que alguém abandonaria essa casinha linda? Como aquele carro ficou tanto tempo ali que cresceu uma árvore dentro dele? Como alguém poderia deixar de viver naquele castelo? Por que alguém desistiria de tocar aquele piano?

A primeira vista temos vontade de cuidar, restaurar e fazer com que volte a ser amado e utilizado por alguém. Mas então, pensamos que o fato do abandono em sí é que torna esse lugar misterioso, fascinante, nostálgico, belo. 

Lugares abandonados nos fazem perceber que existe, sim, beleza na degradação, na morte, no fim. 

27 de jun. de 2012

Um prato que se come frio

Sempre achei que vingança era uma atitude divertida e merecida. Mas na prática aprendi que não é bem assim. 

Já tive a chance de por uma pequena vingança em prática e posso dizer que não saiu como eu gostaria. A pessoa merecia e a principio eu fingi que me divertia. Mas então porque eu não sentia aquela sensação de conforto, nem tinha aquele sorriso no rosto que, geralmente os vingadores tem? Do contrário, me sentia inquieta, agitada e com a sensação de que algo estava muito errado.

Mas eu descobri do que a verdadeira vingança se trata: ser feliz. E não estou falando de brigar com o namorado em um dia e, no dia seguinte postar em redes sociais fotos suas tomando um porre na primeira festa que apareceu. Isso tem outro nome: despeito. 

Supere, encontre outra pessoa, outro caminho. E seja feliz. Você nem vai perceber a principio que se sente vingado. Mas um dia você vai acordar e se dar conta que tem um sorriso genuíno no rosto.

Tudo bem, eu aceito que provavelmente tenho um coração mole ao invés do coração de pedra que sempre me acusam de ter. 

20 de jun. de 2012

Mudanças


Como saber se o caminho que tomamos é o certo? Na maioria das vezes, não sabemos. Mas ela desconfiou que havia virado uma esquina errada pela primeira vez, no ônibus de volta para casa. “É isso mesmo que eu quero?” foi o pensamento que lhe ocorreu.

Era o que parecia uma oportunidade para crescer, uma chance de mudança. Mas sentia uma saudade imensa de casa, sentia-se sozinha e perdida, como se não pertencesse aquele lugar. Olhava em volta e não via ninguém conhecido. Em compensação todos que via, diferente dela, pareciam se sentir em casa. Quem diria que alguns quilômetros fariam tanta diferença. Invejava aquelas pessoas que eram felizes como ela lembrava de ter sido. 

Tentou fazer o que sempre a fazia se sentir melhor. Colocou os fones de ouvido com as músicas que sempre a inspiravam e tentou observar a paisagem que passava na janela. O sol começava a se pôr  e a luz alaranjada dava uma sensação acolhedora e embelezava qualquer ambiente, mas não conseguiu ver beleza nenhuma. Respirou fundo, fechou os olhos e pensou que tudo ficaria bem, que se acostumaria e que veria novamente aquela beleza nas pequenas coisas em breve, logo que se acostumasse. As mudanças eram assim mesmo. Mas nada mudou. A sensação inquietante continuou ali.

Mais algum tempo passou e ela continuou insistindo e se esforçando para se encaixar. Mas notou que faltava muita coisa e uma das principais era que ela não tinha tempo para ser ela mesma. No fundo, ela sempre teve a teoria de que desempenharia qualquer tarefa, mesmo que massante, se lhe fosse possível ter ao menos um punhado de coisas que ela gostava. Seus livros, suas músicas, sua criatividade, um tempo só seu. Ela olhava a mala cheia desses acessórios que ela tinha levado consigo, na tentativa de se sentir um pouco mais em casa. Nada havia sido mexido, simplesmente não havia tempo.

Chegou um momento em que ela percebeu que precisava decidir o que era mais importante. Maior estabilidade ou mais tempo para perceber aquelas pequenas coisas que ela aprendeu a valorizar? E então, ela escolheu ser feliz com as coisas simples.

7 de out. de 2010

Ausência

And I don't know
This could break my heart or save me
Nothing's real
Until you let go completely
So here I go with all my thoughts I've been saving
So here I go with all my fears weighing on me

Quando era mais nova, não entendia quando as pessoas diziam que não conseguam viver sem outra. Sempre pensava “Que bobagem! Se vivia muito bem sozinho antes, poderia muito bem viver sozinho depois”. Hoje eu sei que se vive - ou sobrevive- , mas não é exatamente o que se pode chamar de uma vida boa. Não há satisfação nessa vida, nem felicidade plena. Nada de bom, nada de sorrisos verdadeiros, nenhuma alegria genuína. Só o tempo passando e você executando suas tarefas diárias no modo automático. Tentando achar coisas pra se distrair que nunca funcionam. Nada preenche aquele espaço vazio...

31 de mai. de 2010

Seja o passado, passado

Num belo dia, quando tudo vai bem e você nem desconfia, cai uma bomba na sua vidinha cômoda e você perde algo realmente importante.

Como você não sabe como viver sem isso, chega a prometer a si mesmo que vai mover mundos e fundos, inclusive mudar a própria vida pra recuperar.

Você chega até até a elaborar um plano perfeito, mas com o passar do tempo a verdade vence e suas esperanças morrem.

É duro mas você aceita e segue em frente, contudo isso não quer dizer que volta e meia a saudade não vá voltar pra te torturar. Afinal você pode ser esperto o suficiente pra não se torturar emocionalmente, mas não é de ferro.

* Esse texto obviamente tem a ver com este twitt, que só duas pessoas nesse mundo vão entender, mas que qualquer um pode se identificar em várias situações. LOL

5 de dez. de 2009

Walking far Away

Ao som de “You are the Moon


Eu sei, como uma pessoa que tenta entender psicologia, que o maior - se não o único - responsável pelos nossos sentimentos somos nós mesmos e como conduzimos nossos pensamentos. Pensamentos tanto podem nos arrastar para o fundo do poço como podem nos tirar dele, basta saber manuseá-los.

Eu já sabia disso, mas comprovei que estava certa nos primeiros e piores dias, quando um simples pensamento se direcionava para alguns pequenos detalhes e o que eles significavam me esmagava o peito, numa sensação horrível e doentia. Em pouco tempo eu percebi que precisava escapar das lembranças a cada cinco minutos e era isso que eu fazia. Toda vez que elas ameaçavam surgir, eu pensava numa folha caindo lá na rua, em como estava frio pra estação, no livro que queria ler, no que eu ia fazer de almoço ou em qualquer coisa simples que me desviasse daquilo que eu estava prestes a lembrar e aquela agulhada de dor no peito, que já fechava os olhos pra sentir, não vinha. Parece loucura, mas funcionou. Ainda funciona.

O segundo passo depois disso era sumir. Eu sabia que não seria fácil e não queria simplesmente ir embora. Eu precisava deixar uma prova da minha existência, uma coisa simples, que mostrasse pra essa pessoa, disfarçadamente e só se prestasse muita atenção, que minha ausência não significava que eu não a amava. Significava eu precisava ir. E depois disso, as circunstâncias me ajudaram.

Um dia virou dois. Dois viraram três e a cada dia eles aumentam até virarem meses, anos. Eu sei que eles vão aumentar infinitamente daqui pra frente. Mesmo que eu fique todos os dias esperando por qualquer contato, qualquer sinal e fique angustiada quando eles não chegam, sei que se isso acontecer não vai significar que eu posso me animar porque essa pessoa sente minha falta como sinto a dela, sei também que vou fazer isso mesmo assim. Isso tudo ao mesmo tempo que, a cada dia sem contato, eu penso que não significo nada, que a pessoa em questão nem sequer notou a ausência. Que lá um dia, depois de anos quando ela me ver, vai pensar “Nossa, quanto tempo! Eu tinha me esquecido completamente...”

No fundo, eu sei que com essa ausência eu queria que minha falta fosse sentida e alguém voltasse correndo pra mim, mesmo sabendo que não vai ser assim. A cada dia que passa nossa antiga rotina se desfaz, uma nova rotina se inicia, em pouco tempo a antiga rotina não vai ser sequer lembrada. Tudo bem, é assim que tem que ser. É a única maneira pra mim, não consigo pensar em nenhuma outra que vá funcionar.

Existe um plano, pra qualquer ser pensante existe um plano. Admitir, sofrer, se afastar, desfazer a rotina, criar outra rotina, colocar alguém no lugar. Seguir em frente com uma marca, ainda vai ser seguir em frente.

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Peço que não dêem muita atenção a isso, uma vez meu pai quis me mandar pro psiquiatra depois de ler uns poemas do meu diário. Acho que tenho tendências meio dramáticas desde os 11 anos de idade, talvez até menos. Eu tenho essa estranha obesseção por sentimentos de angústia, parecem tão intensos, né?




22 de dez. de 2008

A história do livro

O nome dele era Pássaros Feridos. Eu o procurava há muito tempo porque eu e ele tinhamos uma história muito antiga. E estávamos predestinados a nos encontrar naquele dia.

Quando o conheci foi em uma edição que se encontrava na biblioteca da minha escola primária. Na época eu não lia muito bem, tinha um probleminha de concentração. Mas eu era dos 'grandes projetos' como definira certa vez minha professora de educação artística, depois de observar que eu sempre escolhia o desenho mais complicado, o projeto mais impossívelmente grande para trabalhar. Portanto, escolher o maior volume da biblioteca parecia o mais adequado para alguém que nunca tinha conseguido terminar de ler um livro sequer na vida. Obviamente o livro nunca fora terminado, nem os projetos, que sempre me cansavam na metade.

Os anos passaram, eu me formei e continuei me associando na biblioteca da escola primária, até o dia que ela se estinguiu - a biblioteca, não a escola. E dessa maneira, o livro continuava na minha lista de leitura, como um desafio.

Foi na feira do livro de 2008 que o encontrei, enquanto andava entre as bancas. Peguei-o nas mãos, nostalgicamente relembrando todas as vezes incontáveis que tentei chegar ao final dele e rindo ao pensar em como eu me esforçava na época, o que agora não seria esforço nenhum depois de tantos anos e tantos livros.

Folheando com cuidado as páginas amareladas, admirei a arte já antiquada da capa, as marcas de dobras feitas pelo tempo e cada marca que mãos de leitores haviam deixado impressas nele. Verifiquei que tratava-se de uma publicação de 1986, eu tinha três anos nessa época, pouco tempo antes de começar a carregar livros em todos os lugares que eu ia, antes mesmo de saber ler.

Imaginei qual seria a história desse livro. Qual caminho ele teria percorrido durante todo esse tempo desde sua publicação até a chegada em minhas mãos, onde permaneceria seguro e guardado na minha biblioteca. Como teria sido tratado, quantas vezes teria sido lido, quantos teriam conseguido chegar ao final dele. Teria sido considerado importante para alguém como ele era pra mim? Provavelmente não, pois do contrário, ele não teria ido parar em na banca de um sebo, onde o encontrei.

E não, não ele não ficaria comigo até o fim da sua vida e sim da minha vida. Obviamente a história dele não termina em mim, pois é muito provável que ele continue por aqui muito tempo depois que eu já não exista. Então, quem vai contar a história do livro?

9 de out. de 2008

O problema é o dinheiro

Alguns vão querer me corrigir: não é o dinheiro, é a falta dele. Errado. No meu caso, ter dinheiro é o problema. Ok, o que fazer com ele é o problema.

Eu achei que seria uma boa, achei que ter dinheiro ia me deixar feliz por poder pagar as contas e viver paz, mas não estou me sentido em paz no momento. Tudo começou com uma maldita lista! Depois de pagar tudo que você precisa, sobra um pouquinho... e o que fazer com esse pouquinho? E dai se iniciou a maldita lista. Só que a lista sempre fica um pouco maior do que deveria, livros, roupas, bugigangas, tranqueiras, carteira de motorista, médicos (aff), notebook? Em segundos o problema passa a ser falta de dinheiro outra vez.

Resumindo, hoje eu passei horas olhando pro nada pensando qual é minha prioridade. Se vou ficar sem férias, preciso me agradar de alguma maneira. E preciso fazer isso antes que a sobra suma. Afinal, como qualquer pessoa normal eu sou perita em sumir com todo dinheiro em questão de horas.

Como eu disse pra minha mãe a poucas horas atrás: "tenho certeza que não chego ao fim da vida sem passar por um hospício" e ela morreu de rir, mas eu estava falando sério.

16 de mar. de 2008

Tempo útil

Você trabalha feito um louco durante a semana. Morto de cansado você torce pra que o domingo chegue logo e você possa se dedicar àquelas coisas que realmente gosta. Quando ele finalmente chega e você tem o dia inteiro pra fazer o que quiser, você faz absolutamente NADA.

1 de fev. de 2008

Laundry and dishes Lyrics

Essa música virou trilha sonora minha e da minha amiga Isa (hoje a gente tá que tá) . Acho tão fofa que resolvi postar a letra. Non ti scordar di me, Isa.

Laundry and dishes (Adrienne Pierce)

I lost my phone
Lost my coffee cup
Make things disappear
Then I make things up
I lost you, then I lost my way
And I make it difficult for you to say the things you want to say

I am right, right in the eye, of the storm, and I am wondering why

I have been watching, oh I I've been watching you
There are so many, so many secrets I’ve been keeping too

Open the coffin, there's nothing inside
There are fake stars shining in the sky
And when I wake up I find I am still dreaming
In the bathtub, the salmon are teeming

Maybe I need to see something grow
See black soil, green shoots
Maybe I need to touch down
I need heavier boots

I have been watching, oh I I've been watching you
There are so many, so many secrets I’ve been keeping too

Somehow the spaces between the words grew
How long till there are no more traces of you

You found my phone, found my coffee cup
You made things appear, as if the rain fell up
Does it come down to laundry and dishes
Do these desires become impossible wïshes

Tradução?

13 de jan. de 2008

Fear or Laziness?

"There are two kinds of sufferers in this world: those who suffer from a lack of life and those who suffer from an overabundance of life. I've always found myself in the second category. When you come to think of it, almost all human behavior and activity is not essentially any different from animal behavior. The most advanced technologies and craftsmanship bring us, at best, up to the super-chimpanzee level. Actually, the gap between, say, Plato or Nietzsche and the average human is greater than the gap between that chimpanzee and the average human. The realm of the real spirit, the true artist, the saint, the philosopher, is rarely achieved.

Why so few? Why is world history and evolution not stories of progress but rather this endless and futile addition of zeroes. No greater values have developed. Hell, the Greeks 3,000 years ago were just as advanced as we are. So what are these barriers that keep people from reaching anywhere near their real potential? The answer to that can be found in another question, and that's this: Which is the most universal human characteristic - fear or laziness?"

From Waking Life - Watch this scene at youtube

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Tradução:

"Existem dois tipos de sofredores neste mundo: aqueles que sofrem da falta de vida e aqueles que sofrem da abundância excessiva de vida. Eu sempre me posicionei na segunda categoria. Quando se pensa nisso, quase todo comportamento e atividade humana... são, essencialmente, nada diferentes do comportamento animal. As mais avançadas tecnologias e artefatos levam-nos, no máximo... ao nível do super-chimpanzé. Na verdade, o hiato entre Platão
ou Nietzsche e o humano mediano... é maior do que o que há entre o chimpanzé e o humano mediano. O reino do verdadeiro espírito... o artista verdadeiro, o santo, o filósofo, é raramente alcançado.

Por que tão poucos? Por que a História e a evolução não são histórias de progresso mas uma interminável e fútil adicão de zeros? Nenhum valor maior se desenvolveu. Ora, os gregos, há 3.000 anos, eram tão avançados quanto somos hoje. Quais são as barreiras que impedem as pessoas de alcançarem, minimamente, o seu verdadeiro potencial? A resposta a isso pode ser encontrada em outra pergunta, que é... qual é a característica humana mais universal? O medo... ou a preguiça?"

Do filme Waking Life - Assista a cena no Youtube.

Medos

Pior do que seu maior pesadelo se tornar realidade, é você sobreviver para ter que conviver com ele.

4 de dez. de 2007

Exageros

Exagero é coisa de quem tem tudo em escassez.

Você tem um computador que tem a velocidade igual a de uma carroça, pouco dinheiro, pouco tempo e tudo o mais que é só o suficiente, mas não o bastante.

Uma vez que você consegue mais, quer sentir aquela sensação de abundância, pra se sentir diferente do que era. Então usa uma lata de leite condensado, quando a receita só exige meia lata. Instala todos os programas que vê pela frente e abre uns 10 de uma vez pra sorrir feito bobo ao constatarr que ele suporta.

Sim, faz de tudo pra em breve perder o que adquiriu. Abusa. Exagera. Mas a sensação é uma delícia. Muito mais gratificante do que quem tem abundância de tudo o tempo inteiro e não dá valor.

14 de out. de 2007

Solidão

E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho


Eu acho estranha a necessidade que a maioria das pessoas tem que se apegar em alguém pra viver, pra tudo. Será que a estranha sou eu por ser ridiculamente feliz sozinha?

30 de set. de 2007

Tem alguém na porta*

Eu passo a semana fora de casa, o único dia que tenho pra ficar na paz e quietude do lar é no Domingo. E neste dia toca a campainha, toca o telefone. E eu não atendo a nenhum dos dois.

O telefone toca e penso "e se for alguém precisando de ajuda? Ah... mas no que eu poderia ajudar?"

Tem alguém na porta e eu ignoro, como se fosse surda. A única coisa que me preocupo é se alguém que tem a chave da casa chega bem na hora e deixa a pessoa entrar. Qual seria a desculpa quando a pessoa me visse aqui dentro? Será que iam entender se eu dissesse que não queria atender ninguém?

Por que somos obrigados a atender tudo sempre? Onde está o livre arbítrio?!

* Tem alguém na porta: é uma frase de um seriado que eu via quando era pequena "Gótico Americano" não que eu entendesse a série, mas eu e meu irmão adorávamos ficar repetindo como o menininho do filme "Tem alguém na porta, tem alguém na porta".

20 de ago. de 2007

Infância ou Vida Adulta?

Sempre me disseram que um dia, quando adulta, que eu ia querer voltar a ser criança. Disseram também que eu entenderia essa afirmação um dia. Hoje em dia eu sou adulta e já tentei diversas vezes entender e querer voltar a ser criança, mas nunca consegui. Claro que a inocência tem suas vantagens e as responsabildades da vida adulta tem um peso muito grande sobre nós, mas eu não trocaria.

Quando criança eu não podia ir a lugar algum, não podia fazer nada sozinha. Não podia comprar o que queria, pois tinha que depender da boa vontade de alguém. Estava sempre com fome, e isso era uma coisa muito triste. Eu ganhava o que era suficiente para a maioria das crinças da minha idade, mas não pra mim. Eu era frustrada por ver um prato de batatas fritas e poder comer só algumas delas.

Sendo adulta eu posso cozinhar o que tenho vontade de comer, trabalho para comprar as coisas que quero. Posso resolver aprender a dirigir amanhã, se quiser. Posso comprar uma casa, um carro, ter um cachorro. Posso tomar banho de chuva, bater a porta e sair sem dar explicação pra ninguém. Se eu deixar de ter algo ou não realizar algum sonho, será pela minha falta de esforço e não porque não tinha idade suficiente para conseguir.

Sinceramente, eu me sinto livre agora. Capaz de qualquer coisa. Pode ser difícil, pode sim. Mas estou livre e pronta pra fazer o que quiser. Isso tudo sem contar uma certa coisinha muito importante e divertida que nem sonhamos na infância. E ainda tem gente me dizendo que ser criança é bom...

22 de mai. de 2007

Até o fim

Ainda não consegui decidir, dentre os meus defeitos, qual é o principal culpado por eu não chegar ao fim de nada. Se a preguiça de continuar, o medo de tentar e fracassar ou a facilidade que tenho para desistir. Talvez seja mesmo uma mistura dos três.

No início sempre aquela empolgação, motivação e pensamento positivo. O bom é a novidade, os planos que sempre parecem perfeitos. Mas quando o sapato aperta, é tão fácil descalçar. Tão fácil simplesmente se livrar do problema. Tão fácil, tão simples. Arranjo uma desculpa esfarrapada, culpo a vida, a pobreza, o presidente, mas nunca a mim mesma.

A única coisa que é certa é que, ao fim da vida eu vou chegar um dia. Isso se até lá ainda não tiverem inventado uma maneira de fugir disso também.

12 de mai. de 2007

Preguiça

Ligue o computador, aperte Ctrl+alt+del, desligue os spywares e navegue à vontade.

2 de set. de 2006

Maldades

Quem não teve medo do bicho papão? Da madrasta bruxa da Branca de Neve? Quem não se apaixonou e torceu de todo coração para que a bela princesa ficasse com o, também belo, príncipe?

Na infância as coisas são tão mais fáceis, tão mais simples de serem distinguidas. Enquanto que ao crescer nos deparamos com bruxas bondozas e belos príncipes que não valem o que comem.

Na verdade, ninguém se considera a malvadeza em pessoa. Com exceção é claro, aqueles adolescentes que adotam um lado obscuro e acham que são os donos da maldade, não imagino pessoa alguma que tenha ido até o chefe dedurar um colega e logo depois tenha dado gargalhadas malígnas e gritado "como eu adoro ser mau."

Um político corrúpto, um assassino, uma mãe que espanca o filho, a faxineira do hospital que trata a todos com total azedume, dos casos mais graves até os mais insignificantes, todos eles tem na dentro de sí próprios uma desculpa "cabível" que justifica qualquer ato errado que tenham feito ou venham a fazer.

E se nem eles mesmo sabem que o são, como nós poderemos saber?

10 de jul. de 2006

Aprisionado

É um pouco frustrante se pegar no meio do dia, enquanto faz uma coisa trivial do seu dia-a-dia trabalho, de repente começar a sentir uma certa irritação pela sua própria voz, pelo modo que você se explica, pelas coisas que vocês diz.

Então para por um momento e fica ali detestando a maneira como você se veste, e como as pessoas devem te enxergar e mais que tudo, odeia que elas te enxerguem. Odeia a pessoa que você parece ser, porque na verdade você é diferente disso do lado de dentro. Por que afinal você se obriga a falar essas bobagens, só pra falar? Só porque as pessoas não entendem você de verdade, você se acaba falando coisas bobas que elas entendam.

E mais que tudo, você odeia não poder sair dali. Você pode andar, você pode correr, morar no Canadá ou na Itália. Mas você não pode fugir de você mesmo. Dos seus pensamentos chatos, da sua voz chata, do corpo que você tem e do gosto que você tem. E vai ter que ser assim até o fim. Ao menos, até aonde conhecemos. Cansativo, frustrante sentir-se aprisionado.